Este projeto visa, simultaneamente, a valorização de reciclados de polietileno tereftalato (PET) e a introdução de biopolímeros no fabrico de tecido não tecido (TNT), destinado às indústrias de produção, automóvel e médica. Para tal, se faz necessária a definição de requisitos iniciais em relação às características do produto inerentes a cada aplicação, bem como em relação ao processo de fabrico dos TNTs e às matérias-primas com possibilidade de uso, como o PET reciclado (rPET).
A matéria-prima são garrafas PET pós consumo provenientes de recolha seletiva e da recolha indiferenciada. As especificações técnicas são resíduos de embalagens de PET como mistura de garrafas, frascos e outros corpos ocos, esvaziados do seu conteúdo, perfurados e espalmados, acondicionados em fardos. Os lotes de matéria-prima são classificados entre resíduos provenientes de recolha seletiva e resíduos provenientes de recolha indiferenciada, cuja principal diferença se apresenta no nível de contaminantes.
A obtenção de fibras recicladas a partir de têxteis é considerada também como uma estratégia importante para assegurar o fornecimento futuro de matérias-primas, mas apresenta ainda grandes desafios para a sua implementação. As soluções obtidas a partir de garrafas de PET recorrem à utilização de processos de reciclagem mecânica e térmica.
As fibras de PET recicladas são utilizadas em diversos tipos de substratos têxteis incluindo não-tecidos para diferentes aplicações. Construção, o sector automóvel, geotêxteis e a higiene são exemplos de áreas de aplicação. Atualmente, mais de 200 000 toneladas de fibras recicladas de PET são utilizadas na produção de não-tecidos. Até 2025, estima-se que cresça para mais de 300 000 toneladas, desde que os volumes de resíduos pós-consumo necessários estejam disponíveis (Edana, 2018).